segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Imagens na sala de aula: diálogos e silêncios



Este trabalho expressa nossas conclusões enquanto alunos e futuros professores da disciplina História. Ele é o resultado de nossas experiências durante o processo de estágio das disciplinas Estágio Supervisionado I e II, como também do conhecimento adquirido no decorrer do curso de Licenciatura em História, em outras disciplinas e outras áreas do saber.
Durante a realização dos estágios nas escolas, notamos o pouco uso das imagens durante as aulas, quando eram utilizadas, os professores de História usavam-nas apenas como ilustração de textos, observamos que os professores sao muito tradicionalistas, colocam o texto escrito como a principal ou total fonte de conhecimento.
O nosso objetivo com este trabalho é mostrar a importância do uso da iconografia nas aulas de Histórias, podendo assim está contribuindo para um pensar crítico e reflexivo do professor na construção da sua prática pedagógica, possibilitando o desenvolvimento de novas competências e habilidades no processo de ensino-aprendizagem. Projetando o uso da imagem nas aulas de História como uma fonte importante no desvelar do passado, e na contextualização deste com o viver presente do aluno.

imagens como meios e mediação no ensino de História


Por mais subjetiva que seja uma imagem, é inegável a existência de significados, é claro que não há um único modo de olhar para uma imagem e interpretá-la, assim como não há um único significado para a mesma imagem.Ao olharmos atentamente para uma imagem, o nosso cérebro procura identificar o que está sendo visto e ao mesmo tempo procura alguma relação de sentido com o nosso conhecimento de mundo. Esta reação, geralmente, é um processo muito rápido em que procuramos significar a composição de todos os elementos figurativos e abstratos presentes no recorte selecionado (fotografia, pintura, gravura, entre outros). Quando não identificamos algum elemento desta composição, a nossa reação é a de estranhamento em relação a imagem. Este estranhamento pode ser favorável quando procuramos compreender a complexa rede de significados expressos pelos códigos das linguagens verbal e não-verbal encontrados e constantemente re-significados no tempo, no espaço e na cultura de cada formação social.

Nesse sentido, o diálogo transdisciplinar da história com as demais ciências sociais, humanas e artísticas proporciona uma leitura crítica das imagens construídas para fins específicos, como por exemplo, pelos meios de comunicação de massa. Da mesma forma podemos pensar o conjunto iconográfico produzido ao longo da história como um acervo documental, no seu sentido mais amplo, e portanto, também, passível de uma análise crítica. Quando apresentamos aos alunos a linguagem não-verbal em sala de aula, em algumas situações, se faz necessária uma “alfabetização do olhar”. Naturalmente refiro-me ao processo cognitivo crítico que envolve diferentes campos de estudos junto ao conhecimento de mundo dos alunos. Em nenhum momento defendo a utilização de cartilhas, métodos prontos ou teorias que não contemplam a subjetividade do olhar do aluno.
Até porque a proposta de trabalho das imagens como meio e mediação no ensino de História tem como objetivo principal uma aproximação das linguagens de cada disciplina tendo como referência um meio que é conhecido e sedutor: a imagem. Os jovens de hoje nasceram sob a civilização das imagens, o que pode nos parecer surpreendente e encantador para eles é absolutamente natural, o fácil manuseio com diversos suportes tecnológicos, tais como: programas de computador, videogames, máquinas fotográficas, aparelhos de celular, é parte do seu conhecimento de mundo. Portanto cabe ao professor de história, incorporar estes meios à realidade da sala de aula de modo que sejamos os mediadores entre os sistemas simbólicos construídos a partir destes meios, o conhecimento dos alunos e os conteúdos disciplinares.